A Secretaria da Justiça (Sejus), em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial no Espírito Santo (Senac-ES), iniciou neste mês, o Curso de Costura, direcionado ao Centro Prisional Feminino de Cariacica (CPFC). Participam da capacitação 25 internas, que serão inseridas no Programa “Costurando o Futuro”, projeto responsável pela produção dos uniformes escolares da Secretaria da Educação (Sedu).
O curso tem carga horária de 212 horas, com aulas realizadas no período da manhã. As internas aprendem sobre técnicas de corte e montagem de peças básicas de vestuário. A capacitação é realizada dentro da fábrica de costura, montada recentemente na unidade prisional, sendo conduzida pela instrutora Ana Cláudia Galter.
O curso do Senac faz parte do programa Integra, que leva qualificação profissional para pessoas em cumprimento de pena e egressos do sistema prisional. “A costura é uma área em crescimento e com forte demanda, especialmente no polo de alta costura e em empresas do setor, possibilitando que essas alunas conquistem espaço em um mercado estruturado e competitivo. Para o Senac, a educação profissional é uma ferramenta transformadora, capaz de abrir caminhos e ressignificar histórias”, destacou Ana Schmittid, gerente de Oferta Educacional e Social do Senac-ES.
O subsecretário de Estado da Ressocialização da Sejus, Marcelo Gouvêa, explicou que as internas participantes do curso de Costura vão reforçar a produção dos uniformes da Secretaria da Educação (Sedu). Os uniformes serão distribuídos aos estudantes no próximo ano. Atualmente, a confecção dos uniformes da rede de ensino estadual ocorre em três unidades prisionais do Espírito Santo.
“A parceria com o Senac reforça o compromisso da Sejus em investir na formação profissional das pessoas privadas de liberdade. Nosso programa de ressocialização tem como foco abrir portas para a qualificação e o reingresso digno no mercado de trabalho. São Iniciativas como o curso de costura ofertado ao CPFC que mostram que, com educação e capacitação, é possível fortalecer o processo de reintegração social. As internas capacitadas com o curso serão incluídas no projeto Costurando o Futuro, ampliando a produção dos uniformes da rede estadual de ensino”, reforçou Marcelo Gouvêa.
As internas serão remuneradas com um salário mínimo. A divisão do salário é feita em quatro partes iguais, sendo 25% vai para o próprio interno, 25% para uma conta poupança (pecúlio), 25% para a família — quando há beneficiário indicado — e 25% para o Fundo Rotativo, que é aplicado para investimentos no sistema prisional.
Sobre o Curso
O curso é aplicado com uma metodologia voltada para a prática da profissão. Com o aprendizado, é possível trabalhar em indústrias de confecções, ateliês de moda, lojas de vestuário, além de poder empreender o próprio negócio. As internas são capacitadas para todas as etapas da produção: moda feminina, masculina e infantojuvenil.
A interna K.K.M.F. participa do curso. Para ela, que já foi inserida em projetos de artesanato e já concluiu também o Curso de Unha em Gel ofertado na unidade, está otimista com mais uma oportunidade de capacitação.
“Já tive muitas oportunidades e o curso de costura é muito promissor e vai possibilitar meu reingresso ao mercado de trabalho. Com o aprendizado, posso ter mais chance de trabalho e poder ajudar minha família. É um crescimento profissional e pessoal também”, disse.
*Com informações da Sejus.
